Minha função era acompanhar embarcações,
Tudo o que eu fazia era relatar tradições,
Relatava a vida em terras inexploradas,
Em minha cabeça estavam todos os mapas.
O mundo gritava pelo meu nome,
E eu era um pobre inocente com fome.
Tinha fome de vencer o vazio em meu peito,
Vontade de ter sonhos quando em meu leito,
Queria me encaixar em alguma nova civilização,
Encontrar meu lar em meio a imensidão,
Queria espalhar a igualdade em minhas palavras,
Mas, elas apenas davam utilidade às inúmeras clavas,
Minhas palavras eram sentenças de morte,
Junto com elas, acabavam toda sorte,
Textos mal escritos que incentivavam o ódio,
Colocava raças para disputar um pódio.
Meus poemas sentenciavam povos à escravidão,
Minhas rimas diziam quem estava vivendo em vão.
E tudo que eu tentava fazer, era escrever,
Quando menos vi, estava na TV, dizia quem era ser.
Hoje, meus textos estão manchados de sangue,
Eternizam minha participação em uma gangue,
Me fazem ser parte de toda essa escória,
Sou membro eterno da história,
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