Andando na poeira, limpando o pó
Que se acumulou em todo o passado
Que carregamos com nosso fardo,
Levando em nossas mochilas mundos
Explorando até os poços mais fundos
Carcereiros de corpos que aqui caíram,
Escolhidos para escutar os que ainda chiam
Os primeiros a acordar para um novo dia,
Aqueles que viveram enquanto a noite ainda era fria,
Sentiram o conforto de seus cobertores,
Mas ainda sim, saíram desafiando suas dores.
Guerreiros que viram parceiros caídos,
Mas ainda sim, se mantem vivos,
Fortes o suficiente para carregarem tantas almas,
Continuando na batalha mesmo sem suas armas.
Caminhando, mesmo que sem nenhum direção,
Mas, dando motivos para os que outrora morreriam em vão.
Ouço vozes pedindo por ajuda
Vozes que se abafarão na próxima chuva
Vozes que talvez nada queiram dizer
Vozes que talvez só queiram viver
Vozes que clamam por uma mão qualquer
Eu poderia partilhar de sua felicidade
Viver sempre na mesma cidade,
Mas, continuo a andar nessa rua
Onde recolho ideias em suas formas nuas.
Um dos únicos nessa mão única,
Assumindo que não tenho nenhuma verdade,
Enquanto muitos, encondem-a em suas túnicas
Mas, acabam queimados por um sol que não morre ao fim da tarde.
Na estrada ao lado tudo que restou fora uma trilha de corpos,
Cadáveres que morreram com o medo tampando seus rostos,
Ainda escuto seus gritos de dor,
Por isso, ao asfalto de minha via, planto uma flor,
Um indicativo de que nesse caminho,
Ninguém jamais morrera sozinho.
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