quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Caminhei observando sequelas de um mundo morto,
Por uma trilha que outrora seria cemitério de meu corpo,
Abandonei o fardo de ser um dos únicos a andar,
Mas, hoje, incorporo a luz do sol e venho iluminar meu lar
Hoje vejo que nunca tive opção
O mundo sempre esteve em minha mão
Tentei me isolar após presenciar o horror
Tentei guardar o que não foi consumido pela dor,
Porém, hoje senti o sol me chamar
Meu pulmão queimando, pedindo por ar
Minha alma me punindo pelo silêncio,
De tanto parado, virei parte do cimento,
A voz do fracasso impregnada na cabeça,
Apenas o sangue continuara em minha mesa,
Esqueci a esperança que me levou ao céu,
O sonho que me fez ser além de mais um réu,
Esqueci do quanto a natureza me guiara,
Como o verde existia antes desse enorme Saara,
Como era tudo isso quando possuía cor,
Como era possível viver sem se decompor,
Quando a minha gente ainda acreditava na liberdade,
Não se prendiam à alguma cidade,
Quando não precisávamos usar máscaras,
Quando não possuíamos castras,
Mas, talvez, o mundo nunca tenha mudado,
Talvez minhas inúmeras palavras que se tornaram um fardo,
Em algum ponto meu olhar perdeu o brilho,
Passei a recusar que desse mundo eu era um filho,
Mas, nasci na poeira criado pela história,
Mais um que teria que se contentar em ter a vida na memória,
Mas, hoje não busco mais a perfeição,
Apenas levanto e me torno a bandeira da minha nação.
Logo no meu inicio, aceitei esse destino,
Agora, é impossível viver com o mínimo.

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